Estava no Rio, finalizando a gravação do CD, quando conheci um grande músico espanhol, que também andava pelo mesmo estúdio finalizando uma parte do seu CD. Muito conversamos, e o assunto principal era as similaridades entre Minas Gerais e a Galícia, o estado onde ele mora.
Resumindo esse começo, poucos dias depois estava eu prestes a embarcar para Vigo (uma das cidades mais importantes da Galícia).
Dito e feito, passaporte na mão e lá fui eu!
A Galícia é um lugar encantador, uma paisagem única, desde a arquitetura às formas geográficas. Não fiquei tempo suficiente para conhecer melhor todos os lugares que visitei, infelizmente... mas é certo que voltarei.
Comecemos então a pontuar as semelhanças. As arquitetônicas são espantosas, e as percebi quando estive na divisa da Galícia e Portugal, numa cidade chamada Minho, que hoje pertence a Portugal, mas que a alguns séculos atrás fazia parte de uma região denominada “Galezia”, que hoje é a Galícia. Sinceramente... me senti em Ouro Preto, Diamantina, Mariana, vejam abaixo a foto de uma igreja de lá:
Eu que não sou entendida do assunto logo fiz a associação: ela é barroca ou não é? Rsrssr
Incrível não?
A hospitalidade, o jeito brejeiro, a fala no olhar daquelas pessoas, é muito mineira. Procurei saber e o que me informaram foi que dessa região saíram muitas pessoas que vieram povoar a nossa Minas Gerais. Abaixo, o link de um artigo muito interessante que encontrei:
http://www.museu-emigrantes.org/Minas-Minho.pdf
Meu anfitrião, o grande gaitero Carlos Nuñez, foi um grande parceiro nessa empreitada cultural-geográfica. Com ele pude aprender e pontuar algumas semelhanças mineiras e brasileiras em relação ao seu estado. Outro grande informante foi o Fernando, que me deu uma aula de história sobre a Galícia e a Espanha.
Quero agora falar de Oia, essa localidade que fica bem próxima a Vigo, foi onde conheci uma preservada vila Celta. Os Celtas foram os povos que habitaram boa parte da Europa, antes da expansão românica.
Essas vilas são chamadas de Castro; e as casas são as Palhoças. Isso mesmo! A palhoça que nosso Moreira da Silva já nos havia apresentado na música "Minha Palhoça", era a denominação utilizada para essas moradias também. O termo palhoça se refere a habitação simples, e realmente a palhoça dos Celtas era uma moradia bem rudimentar, veja abaixo:
E esse é o Castro de Santa Trega:
Recebi de presente do Carlos e do Fernando dois livros muito interessantes: A Galicidade na obra de Guimarães Rosa e Galícia Mágica. Por eles também percebo as semelhanças de certos costumes, crenças e termos lingüísticos que acredito eu, não encontre em outro lugar no mundo. Por exemplo a expressão “arco da velha”, “lusco fusco”, “alvorada”, dentre outras, são ou já foram muito utilizadas tanto lá como aqui.
E o São João?? Tão comemorado no Brasil e lá também. Inclusive, em um momento da leitura de Galícia Mágica, me recordei de um episódio contado por minha mãe.
Ela dizia que alem de pular a fogueira, nas festas de São João na roça, também tinha-se o hábito de caminhar por cima das brasas da fogueira descalço. “Sua bisavó fazia, sua avó e eu também”. Esse é um costume também realizado por lá.
Ainda não terminei de ler o livro, mas já vi outras semelhanças. Só que não vou cita-las por hora. Pois quero estudar mais profundamente sobre o assunto, conversar com mais galegos e depois produzir um texto bacana. Estou decididamente apaixonada por essa terra. A Galícia que me aguarde...
Recebi de presente do Carlos e do Fernando dois livros muito interessantes: A Galicidade na obra de Guimarães Rosa e Galícia Mágica. Por eles também percebo as semelhanças de certos costumes, crenças e termos lingüísticos que acredito eu, não encontre em outro lugar no mundo. Por exemplo a expressão “arco da velha”, “lusco fusco”, “alvorada”, dentre outras, são ou já foram muito utilizadas tanto lá como aqui.
E o São João?? Tão comemorado no Brasil e lá também. Inclusive, em um momento da leitura de Galícia Mágica, me recordei de um episódio contado por minha mãe.
Ela dizia que alem de pular a fogueira, nas festas de São João na roça, também tinha-se o hábito de caminhar por cima das brasas da fogueira descalço. “Sua bisavó fazia, sua avó e eu também”. Esse é um costume também realizado por lá.
Ainda não terminei de ler o livro, mas já vi outras semelhanças. Só que não vou cita-las por hora. Pois quero estudar mais profundamente sobre o assunto, conversar com mais galegos e depois produzir um texto bacana. Estou decididamente apaixonada por essa terra. A Galícia que me aguarde...
Um comentário:
Aline, vc é muito dedicada a tudo q faz, não tenho dúvida que o sucesso chegará não só na Galícia, mas em todo o mundo. Vc merece!
Ah, este ar europeu, combina com vc , hein?! bjs, Elaine
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