segunda-feira, 17 de maio de 2010

Homenagem em Cd para Noel Rosa


Chegou... chegou!
O novo cd do Martinho, "Poeta da Cidade: Martinho canta Noel Rosa", está nas lojas. É uma linda homenagem a Noel Rosa pelo seu centenário. Participo em duas faixas: Fita Amarela e O X do Problema. Outras participações super especiais: Mart'nália, Analimar, Maíra, Ana Costa e Patrícia Hora.
Não deixem de conferir e depois me digam o que acharam, certo?!!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

13 de maio... uma data que merece grande atenção. Aboliu-se a escravidão, mas a desigualdade fincou suas raizes mais profundas. A liberdade mesmo que muito tardia, em comparação a outras nações que também viveram no sistema escravocrata, chegou ao Brasil. Mas com ela não veio direito à terra, ao trabalho DESCENTE, à cidadania. Triste fato, mas acredito na mobilização dos homens, na união em prol de um bem comum, independente de raça ou credo. A luta continua, e essa luta, que fique bem claro, não é só dos negros, mas sim de um povo que sobrevive em uma sociedade desigual, onde as barreiras socio-econômicas são ainda gritantes.

Peço licença a vocês para relatar uma parte da história de uma escrava:

Castorina Maira Batista foi uma escrava de descendência Banto, que viveu no Rio de Janeiro, na região dos Campos dos Goitacazes. Trabalhava na fazenda do Coronel André Chaves. Eis que esse coronel se apaixonou por ela e ambos tiveram vários filhos, dentre eles, minha bizavó paterna Maria Amélia.
Ainda estudo para saber mais detalhes sobre dona Castorina. Minha avó Elzira relatou boa parte dessa história.
Tenho muito orgulho dessa raiz; do samba que faço, da minha religião Umbanda.


Segue abaixo um samba meu, que fiz em 2004


Despertar

Quando um samba surge na avenida
Brilha a mais sublime sensação
Em ver nossa vida de destaque
Abrindo passagem pela multidão
Em ver nossa vida de destaque
Abrindo passagem pela multidão

Clama, a voz de um povo tão sofrido
Que embora reprimido
Faz valer sua oração
Luta pra poder sentir um dia
Sua lágrima caída em um pedaço de chão
Sonha com o pão que ainda falta
Nessa mesa angustiada onde a fome vem reinar

Insiste, implora, pra tão esperada justiça um dia se concretizar
Trava a batalha
Pra poder desfrutar com igualdade essa tal liberdade
Que é direito de todos nós

Então canta, que o canto desperta o pensar
E agride o ouvido do omisso através desse grito
A ecoar

A ecoar, vou cantar
Que o meu canto se espelhe no ar
A ecoar

13 de maio

O canto da Raça

Hamilton de Souza


Eu tenho orgulho da raça dessa cor

do pulso forte da mãe que me criou

meu pai dizia, filho preste atenção

Meu avô era escravo, mas o seu não era não

No navio Negreiro um horizonte pro sofrer

E no cativeiro, sangravam até morrer

A liberdade era imaginação

dos que sonhavam com a terra

que ficou no coração

Mas ê... sacode seu xequerê

E solte um canto pra tristeza esquecer

teu canto forte benze a alma e o coração

Porque o negro quando canta,

canta a dor de uma nação