13 de maio... uma data que merece grande atenção. Aboliu-se a escravidão, mas a desigualdade fincou suas raizes mais profundas. A liberdade mesmo que muito tardia, em comparação a outras nações que também viveram no sistema escravocrata, chegou ao Brasil. Mas com ela não veio direito à terra, ao trabalho DESCENTE, à cidadania. Triste fato, mas acredito na mobilização dos homens, na união em prol de um bem comum, independente de raça ou credo. A luta continua, e essa luta, que fique bem claro, não é só dos negros, mas sim de um povo que sobrevive em uma sociedade desigual, onde as barreiras socio-econômicas são ainda gritantes.
Peço licença a vocês para relatar uma parte da história de uma escrava:
Castorina Maira Batista foi uma escrava de descendência Banto, que viveu no Rio de Janeiro, na região dos Campos dos Goitacazes. Trabalhava na fazenda do Coronel André Chaves. Eis que esse coronel se apaixonou por ela e ambos tiveram vários filhos, dentre eles, minha bizavó paterna Maria Amélia.
Ainda estudo para saber mais detalhes sobre dona Castorina. Minha avó Elzira relatou boa parte dessa história.
Tenho muito orgulho dessa raiz; do samba que faço, da minha religião Umbanda.
Segue abaixo um samba meu, que fiz em 2004
Despertar
Quando um samba surge na avenida
Brilha a mais sublime sensação
Em ver nossa vida de destaque
Abrindo passagem pela multidão
Em ver nossa vida de destaque
Abrindo passagem pela multidão
Clama, a voz de um povo tão sofrido
Que embora reprimido
Faz valer sua oração
Luta pra poder sentir um dia
Sua lágrima caída em um pedaço de chão
Sonha com o pão que ainda falta
Nessa mesa angustiada onde a fome vem reinar
Insiste, implora, pra tão esperada justiça um dia se concretizar
Trava a batalha
Pra poder desfrutar com igualdade essa tal liberdade
Que é direito de todos nós
Então canta, que o canto desperta o pensar
E agride o ouvido do omisso através desse grito
A ecoar
A ecoar, vou cantar
Que o meu canto se espelhe no ar
A ecoar